A Magazine Luiza venceu a disputa com a B2W e fechou acordo para aquisição de 100% das ações da Netshoes por US$ 62 milhões.
A transação é em dólares porque a Netshoes operava na bolsa dos Estados Unidos.
O valor pago representa US$ 2 por ação, muito distante dos US$ 14,50 atingidos durante a abertura de capital, em 2017, e mesmo um pouco abaixo dos US$ 2,65 da última cotação.
O problema sao os números da Netshoes, que opera no vermelho há anos e tem uma dívida líquida de R$ 144 milhões.
Em 2018, o prejuízo da Netshoes quase dobrou em relação a 2017, saindo de R$ 170 milhões para R$ 332 milhões.
Apesar de atuar só online, a Netshoes tem 4,6% do mercado total de artigos esportivos brasileiro, avaliado em R$ 33,2 bilhões.
A Centauro, maior do setor (e que captou R$ 772 milhões com seu IPO no início de abril), domina apenas 5,4% do mercado, mas combina presença digital com lojas físicas.
De acordo com o site Brazil Journal, o fundador da Netshoes, Márcio Kumruiran, seguirá na empresa como executivo, sem participação acionária.
A Magazine Luiza está adquirindo só a operação brasileira.
Os negócios da Netshoes na Argentina e no México foram vendidos para fundos de investimentos, o primeiro há poucos dias e o segundo em agosto do ano passado.
A compra alavanca o negócio online da Magazine Luiza, que vem crescendo em ritmo acelerado. A empresa apresentou alta de 36,2% no faturamento em 2018, chegando a R$ 19,7 bilhões.
No período, o e-commerce cresceu 60,1%. Vendas digitais já eram um terço do total no começo de 2018.
Na nova de divulgação da compra, o CEO da Magazine Luiza, Frederico Trajano, define a empresa como uma “empresa de tecnologia voltada ao varejo”.
“Estamos saltando etapas importantes na construção de uma plataforma digital robusta e completa, e entrando com força em alguns dos maiores mercados da Internet brasileira: os de vestuário, calçados, artigos esportivos e moda”, afirma Trajano.
O negócio de vendas pela internet tem sido reforçado por aquisições.
Em 2013, a Magazine Luiza já havia feito um investimento mais modesto em e-commerce, levando a Época Cosméticos por R$ 25,6 milhões.
Mais recentemente, em 2017, a empresa adquiriu a startup de e-commerce Integra, de Itajubá (MG), especializada na integração e gestão do relacionamento entre lojistas e marketplaces.
A área de tecnologia tem ganhado importância na companhia. No final do ano passado, o Magazine Luiza criou uma quinta posição no board de diretores da empresa para André Fatala, diretor do Luiza Labs, o centro de inovação da varejista.
Fonte: Baguete